Os Caminhos da Reencarnação

por Dorival Strelow

Gilberto Tietböhl

Das diversas fases pelas quais o Espírito passa durante o processo reencarna-tório, no plano espiritual, uma delas define o tipo de reencarnação que será efetivada, podendo ser compulsória, de livre escolha (solicitada), provacional, expiatória, sacrificial ou missionária. Vamos, sinteticamente, tratar neste texto da reencarnação de Livre Escolha, ou seja, quando o Espírito, cioso de evolução, solicita à Espiritualidade Superior o retorno à vida corporal.

Esta solicitação, uma vez analisada, submete o Espírito solicitante a treinamentos específicos que culminam com a seleção dos mais aptos. Sendo que, aqueles que não lograrem aproveitamento na seleção, reiniciam novos períodos de aprendizado. Os que são selecionados iniciam o processo que tem como passo inicial a escolha, pela Espiritualidade, dos Orientadores Espirituais, que procedem os estudos das possibilidades reencarnatórias a partir do contato com os futuros pais, durante os períodos de emancipação de suas almas (sono).

Não havendo a concordância, são enviados para novos treinamentos. Quando a aceitação é positiva iniciam-se, sempre nos períodos de emancipação das almas, os encontros com o reencarnante. Num lento processo de aproximação, são trabalhados o arrependimento e o perdão, tanto de uns quanto de outro, no caso de existirem erros de desafetos pretéritos, que devam ser resgatados, o que é bastante comum.

A par disso são confeccionados os mapas cármicos do reencarnante, definindo os resgates e estabelecendo as linhas de provações, ao mesmo tempo em que os Construtores, que são entidades espirituais de elevada hierarquia, conhecimento e sabedoria, com poderes de ação-criadora, orientam o planejamento, dando assistência técnica específica, em harmonia com as leis da hereditariedade e genética espirituais e em cumprimento às leis da vida, progresso e aperfeiçoamento.

O reencarnante passa a conviver no clima psicofísico emocional dos futuros pais, num processo de acompanhamento afetivo, ao mesmo tempo em que se iniciam as alterações perispirituais, objetivando o processo de ligação fluídica direta com os futuros pais e, à medida em que se intensifica semelhante aproximação, ele vai perdendo os pontos de contato com os veículos que consolidou na Espiritualidade.

Ao final do processo os Espíritos Construtores fazem o trabalho de magnetização do corpo perispíritico, momento em que é fundamental a participação do reencarnante, na medida em que ele deve sintonizar-se relativamente à sua forma pré-infantil, mentalizando sua volta ao refúgio maternal da carne terrestre.

Após o ato sexual inicia-se o ato de fecundação espiritual, quando o reencarnante, como se fora uma pequena criança, é entregue, espiritual e simbolicamente, nas braços da mãe, em belo momento de preces e agradecimentos pelos Espíritos emancipados dos pais e todos as entidades espirituais envolvidas técnica e emocionalmente, estas últimas representadas principalmente por amigos e familiares, encarnados ou não.

A seguir inicia-se a magnetização do processo físico, quando o Orientador Espiritual observa os elementos sexuais masculinos em sua busca pela conquista do óvulo, identificando o mais apto e fixando nele seu potencial magnético que o conduzirá à fecundação e, pela ação do influxo luminoso-magnético do Orientador, as forças masculinas e femininas se juntam para dar início à divisão celular.

Em seguida, a forma reduzida do reencarnante é ajustada e interpenetra com o organismo perispíritico da mãe. E, à medida em que se processam as fases embriológicas e orgânicas que vão culminar com o crescimento e desenvolvimento do feto, o reencarnante vai adensando o seu perispírito miniaturizado e, conseqüentemente, vai entrando num estado de bloqueio da memória, até chegar ao esquecimento total ou parcial de suas vivências reencarnatórias anteriores. E o Espírito, agora reencarnado, busca a continuidade da sua evolução. Este é um processo geral, pois dificilmente existem duas reencarnações iguais.

Texto originalmente publicado em Espaço Espírita número 18. Gilberto Tietböhl, na ocasião, era tarefeiro do Centro Espírita Allan Kardec, de Balneário Piçarras – SC.

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