Livro dos Espíritos: o início da Terceira Revelação

por Dorival Strelow

Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito da Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. – Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. (João, XIV: 15 a 17 e 26)

Jesus em seus momentos finais no convívio público terrestre, nos prometeu um outro Consolador, aquele que traria a Verdade e que, a partir de então, estaria para sempre conosco, inaugurando uma era de iluminação de mentes e corações e consolo das nossas dúvidas e angústias.

Em 18 de abril de 1857, há 160 anos, a promessa evangélica foi cumprida pela batuta hábil de Hippolite Leon Denizard Rivail, o Allan Kardec, que junto com muitos médiuns e uma miríade de espíritos superiores legava ao mundo a obra “O Livro dos Espíritos”, inaugurando um novo modo de pensar, que leva em conta nossa essência imortal e uma cosmovisão de mundo que não permite mais separatismo dos campos do saber universal.

Este livro representa o alicerce da Doutrina Espírita, sobre o qual foi construído pelo mestre Lionês e, depois dele, por outros espíritos encarnados e desencarnados, um pensamento que trouxe ao homem postulados de fé que podiam ser racionalmente pensados, concepções filosóficas que podiam ser amorosamente compreendidas e ideias científicas matizadas com as cores da caridade. Como toda obra, a Doutrina Espírita não se encerra em seu alicerce. De 1857 até a atualidade, outros livros vieram esmiuçar os princípios e conceitos trazido n’O Livro dos Espíritos sem, contudo, afastar-se de sua essência, que representa a Verdade a qual, na experiência humana, podemos apreender.

Que possamos nós, espíritas**, contribuir para a difusão dessa mensagem de Amor, Conhecimento e Fé. Nem todos tem, no momento, olhos de ver e ouvidos de ouvir a consolação prometida da Doutrina Espírita. Nosso papel, longe do proselitismo religioso vazio e orgulhoso, é agir com verdadeira caridade no coração e, pelo exemplo, conquistar o coração de outros espíritos, encarnados e desencarnados. E, dessa forma, convidá-los ao banquete celestial que partilhamos junto às luzes do pensamento semeado pelo mestre Jesus na Galileia, florescido séculos depois, graças ao legado divino que foi sistematizado e deixado a nós por Allan Kardec.

O dia 18 de abril é, portanto, o Dia Nacional do Espiritismo – e do espírita – data instituída através de um projeto da deputada federal Gorete Pereira, do Ceará, de número 291/2007, em homenagem ao lançamento do Livro dos Espíritos.

  • por Brena Silva

 ** “(…) Empregamos, para indicar a crença a que vimos de referir-nos, os termos espírita e espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, apresentam a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando ao vocábulo espiritualismo a acepção que lhe é própria. Diremos, pois, que a doutrina espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espí- ritas, ou, se quiserem, os espiritistas.” Assim definiu Allan Kardec logo na introdução do Livro dos Espíritos. Que sejamos espíritas na ação e condução de nossas vidas!

Fonte: Casa do Caminho

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