Na casa espírita, todo trabalho é digno.

por Dorival Strelow
Mediunidade e Sabedoria
Mediunidade e Sabedoria

Mediunidade e Sabedoria

Na casa espírita, todo trabalho é digno.

Juvan Neto (*)

Na pequena mas instrutiva obra “Mediunidade e Animismo”, psicografada pelo médium Carlos Baccelli, o benfeitor espiritual Dr. Odilon Fernandes dá a ideia exata da equidade de importância dos trabalhadores de uma casa espírita, ao afirmar que varrer o centro é uma das tarefas mais nobres que podem ser executadas – mesmo para o candidato ao intercâmbio mediúnico.

Reflexionando sobre este posicionamento do Dr. Odilon e sobre a importância de se colaborar no dia-a-dia da casa, pode-se dizer que não há tarefa “maior” ou “menor” num centro espírita. E a partir desta constatação, de que somos todos iguais para o desempenho das tarefas espíritas, é que fica a convocação para os trabalhadores: é hora de assumir responsabilidades no Espiritismo, e perder a timidez ou vergonha no momento de lançar-se ao trabalho.

Várias vezes, nos deparamos com pessoas que querem atuar na casa espírita, mas estão receosas sobre como

Odilon Fernandes

Odilon Fernandes

realmente podem ajudar. Umas, por desconhecimento do verdadeiro conceito de “ajudar” sob a ótica espírita. Outras, até mesmo por baixa autoestima, por se acharem inaptas para esta ou aquela atividade. É neste ponto que cabe à direção do centro convidar a todos, semanalmente, diuturnamente, em todas as atividades do grupo, a se engajarem na condução dos trabalhos.

E é na hora de “arregaçar as mangas” que as missões dos tarefeiros se igualam. Não se deve pensar que o orador da noite, o hábil palestrante, o dirigente dos estudos ou o médium que integra o grupo de intercâmbio com o Mais Alto são os nomes principais deste conjunto de trabalhadores. Não existe nome principal, nem médium ou orador principal.

Lado a lado do dirigente, do palestrante, do médium, estão o tarefeiro espírita que auxilia na distribuição de mensagens na porta da casa a cada reunião pública, o amigo que limpa o jardim a cada semana, a companheira que auxilia na faxina geral, o mantenedor que mensalmente um valor em dinheiro para a garantia dos gastos da casa, por menor que seja, ou ainda o amigo que atende na biblioteca espírita, a evangelizadora que reúne a criançada para uma aula fraterna sobre a mensagem do Evangelho de Jesus ou o companheiro que cuida da porta de passes ou distribui a água fluidificada.

Todas as tarefas são de igual importância. Não há porque temer como começar. Se você ainda não dispõe das qualidades efetivas para, por exemplo, coordenar um estudo sistematizado ou atuar como expositor da casa, sinta-se à vontade para auxiliar os confrades no dia-a-dia do centro. Ler a mensagem do dia, cuidar da limpeza, coordenar a venda de livros, auxiliar no grupo de senhoras, no albergue, na sopa. Tudo isto é digno, é nobre e é gratificante.

O trabalho sincero e desinteressado na seara espírita é garantia de crescimento espiritual, autoconhecimento e até mesmo resgate de débitos do passado. “Felizes serão aqueles que tiverem trabalhado no campo do Senhor generosamente e sem outro interesse que não a caridade!”, lembrou o Espírito da Verdade, em ditado feito em Paris, no ano de 1982, e publicado no capítulo 20 de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. “Suas jornadas de trabalho serão recompensadas cem vezes mais dos que esperavam. Felizes serão os que houverem dito a seus irmãos: ‘Trabalhemos juntos e unamos nossos esforços a fim de que o Senhor encontre a obra terminada quando chegar”.

(*) Juvan Neto é Jornalista e Editor do Jornal Espaço Espírita.
E-mail:juvan@jornalespacoespirita.com.br
Texto publicado originalmente na edição 21, de fevereiro de 2008

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