Dona Alcina e o acolhimento entre os espíritas

por Dorival Strelow

Partida de uma das maiores personalidades do movimento espírita de Santa Catarina, aos 98 anos de idade, enseja reflexões sobre os espíritas estamos nos tratando nas horas em que é necessário acolhimento e vivência legítima dos ideais de Kardec e Jesus

Juvan Neto

Jornalista, radialista, acadêmico de Direito e dirigente da Rede Espaço Espírita e Comunhão Elo de Amor, Barra Velha – SC.

Desde já, quero neste artigo pontuar que nosso objetivo não é condenar pessoas, mas analisar posturas, à luz de um mínimo entendimento espírita, visando despertar reflexões que sirvam aos outros, mais primeiramente a mim mesmo, espírito ainda profundamente carente de autotransformação. Não tenho aqui a pretensão de encerrar o assunto, e entendo mesmo que a Doutrina Espírita permite múltiplas visões a partir dos pressupostos básicos exarados pelos Espíritos Amigos a Allan Kardec.

No último dia 15 de dezembro, desencarnou uma das maiores expressões de bondade, renúncia e abnegação do litoral norte, não apenas da Doutrina Espírita, mas da causa do Evangelho. Aos 98 anos de idade, partiu Dona Alcina de Oliveira Figueiredo, a notável médium e dirigente do já histórico Centro Espírita Luz do Evangelho, da mesma cidade – hoje uma casa que mescla ensinamentos espíritas com conhecimento espiritualista, mais voltada à mediunidade de cura, mas não sem um trabalho importante em sua comunidade, totalmente gratuito e que acolhe pessoas de todo o Estado – e até de fora dele – na busca de dias melhores.

Difícil falar sobre Dona Alcina em poucos parágrafos. A menina da região da grande Florianópolis, que junto da família, migrou inicialmente para Itajaí e em seguida, para uma Balneário Piçarras ainda pertencente a Penha, nos anos 40, e projetou-se pelo carisma inigualável comum às almas nobres: professora, educadora, alfabetizadora, liderança dos aposentados e pensionistas e até mesmo política – foi vereadora por apenas três meses, ao renunciar por não concordar com, segundo ela mesma, uma “política voltada apenas aos interesses pessoais”. Assim eram os predicados que marcaram a vida de Dona Alcina. 

Essa menina alfabetizou-se praticamente sozinha, com a ajuda da avó, aos oito anos de idade, em Itajaí; foi sem a companhia dos pais pedir para estudar com as freiras do Colégio São José – e sem poder pagar, foi patrocinada por uma das irmãs de caridade; começou a lecionar precocemente, aos nove anos de idade; auxiliou na implantação da estrutura educacional de Balneário Piçarras, já a essa altura, município emancipado de Penha. Crítica da ação dos poderosos em detrimento dos mais fracos, enfrentou o patriarcado, segundo ela mesma relatava, na figura do próprio pai e do marido, que demonstravam certa incompreensão acerca da estatura evolutiva e da missão de Alcina.

Bem, Alcina desencarnou após pouco mais de 10 anos de luta contra problemas de saúde. Segundo as filhas, partiu serena e tranquila; nos últimos 12 anos, em que não pôde mais estar na casa espírita, não expressou uma única contrariedade; não tomava remédios fortes, fora os necessários para luxações decorrentes de uma ou outra queda cada vez mais frequente.

Durante 50 anos, acolheu desesperançados, moradores de rua, crianças pobres, mães desalentadas, orientou alunos e ex-alunos em aulas e pesquisas, sem nada cobrar; poetisa, cronista, historiadora e espírita. Todo esse histórico de vida, ao passo que marcam uma trajetória muito rica de valores, nos levou a uma triste constatação: o velório de Alcina transcorreu sem uma única nota pública expressando sentimentos por parte da 13ª União Regional Espírita (URE 13), órgão da Federação Espírita Catarinense (FEC). A casa espírita em que Alcina trabalhava não era vinculada ao chamado Movimento de Unificação do Espiritismo no Brasil, pois além da parte doutrinária, possui atividades não aceitas por este segmento espírita hegemônico do País.

A URE, que nas suas regiões 6 e 13, tem três casas espíritas filiadas a elas em Barra Velha, Balneário Piçarras e Penha, respectivamente – fazemos questão de repetir que não estamos aqui a julgar pessoas, mas analisar atos – essa mesma União Regional não se fez presente ao funeral, mesmo tendo Alcina vivenciado o Evangelho de forma plena por tantas décadas; não houve nem presença física, nem uma nota pública, nada. Só não ficou mais feio porque nem mesmo a Câmara de Vereadores de Balneário Piçarras homenageou sua ex-parlamentar que fosse com uma coroa de flores.

A reflexão que fica é: qual é o modelo de “União e Unificação” defendido e alardeado pelo chamado movimento federativo, quando uma eminente liderança espírita deixa este nosso plano físico? Porque não são novos relatos como esse – de distanciamento, de silêncio, de não-reconhecimento, de indiferença diante do restante da parcela espírita que não se vincula ao formato e ao entendimento do modus operandi das federativas.

Eu mesmo – e me permitam declinar uma experiência pessoal –, anos atrás, vivenciei situações semelhantes: fundamos uma casa espírita, hoje com quatro anos de atividade, na cidade de Barra Velha, e com exceção de duas caixas de livros espíritas usados, nada obtivemos de retorno da União Regional relativa ao norte do Estado. Não houve qualquer interesse em saber dos nossos objetivos, propósitos, projetos e intenções para a expansão doutrinária espírita.

Anos antes, ao celebrar 50 anos de fundação do Centro Espírita Jesus de Nazaré, que presidimos, também em Barra Velha, trouxemos um duo espírita da maior qualidade vocal e doutrinária, de São Paulo. Não veio uma única liderança espírita prestigiar os visitantes no dia da atividade deles. Por outro lado, dois ou três dias antes, quando o então presidente da Federação Espírita de Santa Catarina (FEC) palestrou na mesma programação do cinquentenário da casa, outros dois ou três dirigentes da FEC, de “alto coturno”, lá estiveram, junto dele.

A impressão que ficou, na ocasião – que parece ser a mesma até os dias de hoje –, é que quando se é para valorizar a si próprio ou o modelo que se entende como “ideal” para a prática espírita, integrantes da FEC (e não generalizamos aqui, repito), demonstra-se interesse. Quando a situação envolve espíritas não-filiados, divergentes, livres-pensadores, “místicos” ou de qualquer outra vertente interpretativa, a resposta é o distanciamento.

Qual a razão do prestígio, do reconhecimento, para uns, e do silêncio ou ausência para outros?

Evidentemente que uma alma como Dona Alcina não estaria, no Mais Além, do alto de onde por certo já se posicionava (e se posiciona) em espírito, esperando coroas de flores, notas públicas, homenagens terrenas ou presenças físicas; ela não mais precisa disso, se é que um dia precisou.

Mas qual o conceito que o chamado movimento espírita hegemônico tem de “União dos Espíritas”, se não se faz presente para uma sentida prece de despedida, para um acolhimento que faria muito bem aos familiares, amigos e tarefeiros próximos de uma personalidade tão nobre?

Por essas e outras percepções hauridas ao longo de quase 32 anos no movimento espírita – 12 deles no chamado “Movimento de Unificação”, é que sentimos que, como todo discurso advindo de homens limitados e imperfeitos – entre os quais me incluo – é perceptível a distância entre a teoria e a prática.

Essa distância se mostrou ainda quando ouvi de um dos dirigentes aqui da região que “ninguém da 13ª URE conhecia Dona Alcina” – citação relativa à região que compreende casas espíritas ainda de cidades como Navegantes, Balneário Camboriú, Camboriú, Itajaí, etc.; e que “ninguém viria” de outra cidade para um funeral no meio da semana em Balneário Piçarras.

Evidente que dirigentes espíritas de outras cidades teriam dificuldades de marcar a presença – dona Alcina desencarnou pela manhã, foi velada à tarde e seguiu à cremação por volta de 20h30; mas o dirigente em questão poderia pedir para algum confrade ou confreira mesmo de Balneário Piçarras, Penha ou Barra Velha, ligado à FEC, para se fazer presente em nome da União Regional; ou, quando muito, emitir singela nota digital de condolências, repassada via WhatsApp ou publicada em redes sociais. Entendemos que, diante desse episódio, é esse o acolhimento que falta. É esse reconhecimento que deveria ser expresso, apesar de divergências doutrinárias que, a rigor, deveriam ser secundárias e não demonstrar indiferença a quem muito fez pela imagem do Espiritismo e do Evangelho.

E isso acontece, a nosso ver, porque os grupamentos vinculados ao modelo federativo, por vezes, não buscam se integrar a grupos ou casas que tenham um modus operandi diferente daquele padronizado pela FEB, expresso no livro “Orientação ao Centro Espírita” (modelo, aliás, que particularmente consideramos um bom opúsculo para dar início às atividades de uma agremiação espírita).

Embora existam exceções, líderes “febianos”, talvez por excesso de zelo ou medo do que consideram como “deslizes doutrinários” não convidam dirigentes espíritas não-federados para suas atividades ou para um aprendizado em conjunto que poderia estabelecer um processo dialético de conhecimento; até vão às casas não filiadas, mas para serem ouvidos, quase nunca para ouvir – como eu mesmo testemunhei durante 12 anos em que estive no movimento federativo.

Nesse período, claro, encontrei exemplos muito belos de devotamento e desinteresse pessoal; tarefeiros que até hoje estão a serviço do Cristo, devotadamente. E também entendo ser importante a existência de organismos espíritas que, como a própria FEB, orientem a instalação e o funcionamento de núcleos espíritas. Porém, há que se saber o limite entre a orientação e o patrulhamento! Cuido para não generalizar, claro, e friso mesmo que, felizmente, estes maus exemplos existem em minoria em relação aos espíritas verdadeiramente devotados.

Porém, neste mesmo período que esteve no movimento hegemônico, também me deparei com manipulações decorrentes de interesses de domínio, vaidades pessoais, exemplos menos nobres, posicionamentos políticos e ideológicos (aliás, o lado ideológico ou político de parte majoritária dos espíritas nunca é assumido, simulando uma “isenção” que, a rigor, não existe, posto que é disfarçada). A rigor, entendo que o problema não é o espírita ter posição política; negar essa possibilidade é faltar com a verdade. O que não se deve – orientação do próprio Kardec – é agir partidariamente dentro das casas espíritas. Mas esse é outro assunto.  

Voltando ano nosso tema, o do acolhimento no movimento espírita, é interessante que esse distanciamento notado entre espíritas ligados ao movimento federativo e aqueles que porventura não estejam a ele vinculados oficialmente, não encontra respaldo no verdadeiro entendimento de Allan Kardec, codificador e sistematizador da Doutrina Espírita. Kardec não via diferença entre os espíritas – eles poderiam ser mais ou menos apegados à fenomenologia; mais ou menos ligados a esse ou àquele modelo doutrinário. Ao propor um projeto de regulamento para grupos e casas espíritas, Kardec asseverou:

“Considerando-se que o Espiritismo visa à união fraterna de todas as seitas, sob a bandeira da verdade, e tendo em vista que a Sociedade admitirá membros ou assistentes sem distinção de crença (grifo nosso), ela interdiz nas reuniões toda fórmula de prece ou sinal litúrgico, próprios a um culto especial, deixando a cada um a liberdade de fazer, em particular, aquilo que sua consciência lhe prescrever”. (KARDEC, Allan, in “Viagem Espírita em 1862”)1.

Observamos, então, que para o fundador da Doutrina, não havia necessidade de um modelo de crença padronizado para ser espírita, pois a “união fraterna de todas as seitas” seria o objetivo dessa mesma Doutrina, e não a padronização ou formatação de um modelo.

Já em “O Livro dos Médiuns”, Kardec foi mais longe: ele apontou modelos de espíritas de acordo com a forma com que estes aplicariam a Doutrina em suas vidas. No item 27 do capítulo II (“Do Método”), Kardec enfatiza que há mesmo espíritas que não sabem que o são, por conta de, “sem jamais terem ouvido tratar da Doutrina Espírita, possuem o sentimento inato dos grandes princípios que dela decorrem e esse sentimento se reflete em algumas passagens de seus escritos e de seus discursos, a ponto de suporem, os que os ouvem, que eles são completamente iniciados”2 (KARDEC, 1861). E no item 28, logo a seguir, discorre ainda o Mestre de Lyon, apontando a existência dos espíritas que

“creem pura e simplesmente nas manifestações. Para eles, o Espiritismo é apenas uma ciência de observação, uma série de fatos mais ou menos curiosos. Chamar-lhes-emos espíritas experimentadores”3;

Seguem-se ainda os “espíritas imperfeitos”, que

“no Espiritismo veem mais do que fatos; compreendem-lhe a parte filosófica; admiram a moral daí decorrente, mas não a praticam. Insignificante ou nula é a influência que lhes exerce nos caracteres. Em nada alteram seus hábitos e não se privariam de um só gozo que fosse. O avarento continua a sê-lo, o orgulhoso se conserva cheio de si, o invejoso e o cioso sempre hostis. Consideram a caridade cristã apenas uma bela máxima”4.

E, a seguir, os verdadeiros espíritas, ou espíritas cristãos, que

“não se contentam com admirar a moral espírita, que a praticam e lhe aceitam todas as consequências. Convencidos de que a existência terrena é uma prova passageira, tratam de aproveitar os seus breves instantes para avançar pela senda do progresso, única que os pode elevar na hierarquia do mundo dos Espíritos, esforçando-se por fazer o bem e coibir seus maus pendores. As relações com eles sempre oferecem segurança, porque a convicção que nutrem os preserva de pensarem praticar o mal. A caridade é, em tudo, a regra de proceder a que obedecem”5.

E há, também, os “espíritas exaltados”, entre os quais “a espécie humana seria perfeita, se sempre tomasse o lado bom das coisas”. Na visão kardequiana, nesse quesito, “em tudo, o exagero é prejudicial”. E “em Espiritismo, infunde confiança demasiado cega e frequentemente pueril, no tocante ao mundo invisível, e leva a aceitar-se, com extrema facilidade e sem verificação, aquilo cujo absurdo, ou impossibilidade a reflexão e o exame demonstrariam. O entusiasmo, porém, não reflete, deslumbra. Esta espécie de adeptos é mais nociva do que útil à causa do Espiritismo”6 (KARDEC, 1861).

Ainda nessa linha, é interessante frisar que, por último, e fora de “O Livro dos Médiuns”, Kardec volta ainda propor a existência de espíritas que não sabem que são espíritas. Ao comentar a desencarnação do poeta e literato amigo Joseph Méry, a 17 de junho de 1866, ele considera a existência dos “espíritas inconscientes”, aqueles “em que as ideias fundamentais do Espiritismo aparecem em estado de intuição”7 Esse segmento remonta ao pensamento inicial exposto em “O Livro dos Médiuns”. Joseph Mery era uma nobre alma de sua época, marcado pela evolução moral. (KARDEC,1866).

Vejamos que em quatro classes ou perfis, Kardec não expressa em ponto algum de suas considerações que este ou aquele não sejam espíritas; são todos, portanto, espíritas. A Doutrina é uma só; expressa-se por seus postulados principais; mas a forma de senti-la, absorvê-la, praticá-la, assimilá-la, enfim, tem relação direta com a própria diversidade humana.

E então, se apesar das divergências de perfis, de entendimentos sobre a filosofia, a moral ou a fenomenologia inerentes à Doutrina e sua aplicação e repercussão íntima, o Codificador classifica todos como “espíritas”, como poderia essa ou aquela parcela do movimento se arvorar no direito de querer ser “mais ou menos” espírita que as demais? Qual o movimento do distanciamento entre os espíritas, notadamente quando não ligados ao pensamento central vigente?

Essa questão do entendimento sobre o “ser espírita”, portanto, está posta porque somente um entendimento irregular pode explicar o distanciamento já citado (entre o movimento espírita dito “oficial” e os adeptos da Doutrina), um distanciamento que chega a fazer com que uma pessoa da estatura moral de Dona Alcina não receba uma única frase amiga de quem postula, então, a representatividade e a posse do discurso espírita.

Também Bezerra de Menezes, espírito, através da pena mediúnica de Francisco Cândido Xavier, em 20 de abril de 1963, em Uberaba, MG, em seguida publicado na revista Reformador, de dezembro de 1975, asseverou que nenhum espírita deveria ser deixado para trás em relação à consideração que precisamos ter para com todos, dentro de um hipotético propósito de União ou Unificação, sem “nenhum desapreço a quem quer que seja” e que assegure “nada que lembre castas, discriminações, evidências individuais injustificáveis, privilégios, imunidades, prioridades”8. E segue ainda o benfeitor espiritual:

“O serviço de Unificação em nossas fileiras é urgente, mas não apressado. Uma afirmativa parece destruir a outra. Mas não é assim. É urgente porque define o objetivo a que devemos todos visar; mas não apressado, porquanto não nos compete violentar consciência alguma Mantenhamos o propósito de irmanar, aproximar, confraternizar e compreender, e, se possível, estabeleçamos m cada lugar, onde o nome do Espiritismo apareça por legenda de luz, um grupo de estudo, ainda que reduzido, da Obra Kardequiana, à luz do Cristo de Deus.”9.

Talvez seria então útil a esse movimento espírita mais representativo, o “febiano”, amadurecer a ideia da criação de um departamento – entre os tantos já existentes – em suas UREs ou mesmo na federativa estadual, ou de um serviço de acolhimento, que seja, às famílias espíritas em horas difíceis. Esses confrades, que tanto discutem leis, regras, incisos, estatutos, poderiam atribuir aos dispostos ao trabalho fraterno essa missão: de olhar um espírita acamado; de fazer uma prece num funeral, de redigir uma nota oficial rogando as bênçãos de Jesus a quem muito contribuiu.

Ah, e não adiantaria ser um acolhimento apenas para os que pensam igual (aos “febianos”); mas sim, para todo e qualquer irmão da seara – independente de ele ser adepto das chamadas casas de cura, de reiki, de apometria, laicos, do campo progressista, ligado a Edgard Armond, a Herculano Pires, a Ramatis (que não é espírita, bem o sabemos, mas ali há muito Espiritismo para ser filtrado); “chiquistas”, “divaldistas”, da Concafras, do Mofra, os de roupa branca, verde, amarela, colorida; os da esquerda, da direita, do centro…

Enfim, que nessas horas difíceis, mesmo que nas últimas da presente encarnação, nós pudéssemos verdadeiramente demonstrar que somos irmãos, unidos por postulados básicos, e não divididos por querelas secundárias. Seria o começo da “União”, para daí um dia, quiçá, se pensar em “Unificação”.

Para finalizar estas nossas modestas reflexões – e não pensem que para eu é fácil tecê-las, pois ao apontar atos de confrades que considero falhos, sei que também os meus atos estão em observação – uma última consideração do Mestre de Lyon também se faz necessária: quando há divergências entre os grupos, qual lado tomar? Bem, aqui vai a receita:

“Se entre vós há dissidências, cau­sas de antagonismos, se os grupos que devem to­dos marchar para um objetivo comum estiverem di­vididos, eu o lamento, sem me preocupar com as causas, sem examinar quem cometeu os primeiros erros e me coloco, sem hesitar, do lado daquele que tiver mais caridade” (KARDEC, Allan, in “Viagem Espírita em 1862)10.

Diante disso, não tenhamos dúvida que Dona Alcina e seu modesto grupo de espíritas e/ou espiritualistas, com suas roupas brancas, com seus crucifixos dourados, sua disciplina vivenciada há décadas e sua dedicação à cura do corpo e da alma, são inequívocos exemplos da caridade e da prática do bem. Kardec estaria, como possivelmente está, também do lado deles. E viva Dona Alcina! Alcina prossegue!

    1. KARDEC, Allan. Viagem Espírita em 1862. Portal Kardecpedia.com, internet. Acesso em 28/12/2021. Link https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/889/viagem-espirita-em-1862/1999/projeto-de-regulamento-para-uso-dos-grupos-e-pequenas-sociedades-espiritas.
    1. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Portal Kardecpedia.com, internet. Acesso em 28/12/2021. Link https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/884/o-livro-dos-mediuns-ou-guia-dos-mediuns-e-dos-evocadores/949/primeira-parte-nocoes-preliminares/capitulo-iii-do-metodo
    1. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Portal Kardecpedia.com, internet. Acesso em 28/12/2021. Link https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/884/o-livro-dos-mediuns-ou-guia-dos-mediuns-e-dos-evocadores/949/primeira-parte-nocoes-preliminares/capitulo-iii-do-metodo.
    1. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Portal Kardecpedia.com, internet. Acesso em 28/12/2021. Link https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/884/o-livro-dos-mediuns-ou-guia-dos-mediuns-e-dos-evocadores/949/primeira-parte-nocoes-preliminares/capitulo-iii-do-metodo.
    1. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Portal Kardecpedia.com, internet. Acesso em 28/12/2021. Link https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/884/o-livro-dos-mediuns-ou-guia-dos-mediuns-e-dos-evocadores/949/primeira-parte-nocoes-preliminares/capitulo-iii-do-metodo.
    1. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Portal Kardecpedia.com, internet. Acesso em 28/12/2021. Link https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/884/o-livro-dos-mediuns-ou-guia-dos-mediuns-e-dos-evocadores/949/primeira-parte-nocoes-preliminares/capitulo-iii-do-metodo.
    1. KARDEC, Allan. Revista Espírita de 1866. Junho. Brasília, Editora FEB. 2009.
    1. XAVIER, Francisco Cândido; MENEZES, Bezerra de (espírito). Revista Reformador, Editora FEB. Dezembro de 1975. p. 11 (275).
    1. XAVIER, Francisco Cândido; MENEZES, Bezerra de (espírito). Revista Reformador, Editora FEB. Dezembro de 1975. p. 11 (275).
    1. KARDEC, Allan. Viagem Espírita em 1862. Portal Ipeak.net, internet. Acesso em 01/02/2022. Link https://ipeak.net/site/estudo_janela_conteudo.php?origem=6356&&idioma=1

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