Uma luz intensa invadiu o quarto…
Chico não conhece barreiras.
Em desdobramento, ele vai onde quer. Desejando transmitir um aviso ou orientação, ele o faz através da mediunidade.
(…)
Este fato ocorreu na cidade de Iturama, Minas Gerais.
Alguns anos atrás, conhecemos uma senhora de poucos recursos financeiros que padecia com o marido doente e acalentava o desejo de conhecer Chico, pessoalmente.
Imbuída desse propósito, trabalhou arduamente, lavando roupas para conseguir o dinheiro para as passagens. Animada, foi a Uberaba tentar uma entrevista com o médium e pedir socorro para o marido. Acreditava, sinceramente, que ele o curaria.
Como todos, entrou na fila, mas não foi possível falar com o médium.
Voltou triste para a sua cidade, mas não desanimada. Trabalharia e quem sabe, de outra vez, teria mais sorte.
O marido foi piorando.
Numa noite, a situação agravou-se. O esposo estava mal. Era o clímax do sofrimento.
Seu marido desencarnaria e ela não tinha conseguido falar com o Chico.
Acalentava a certeza de que o médium curaria seu esposo.
Tarde da noite, observada os filhos dormindo, o marido semimorto e não havia fósforos para acender uma lamparina tal a pobreza. Em meio à escuridão, desesperada, começou a orar.
– Valha-me Chico! Meu marido vai morrer…
Enquanto orava, pensava na dificuldade de sua viagem a Uberaba, sem o resultado almejado, mas prosseguiu em rogativa.
– Socorro! Chico.
De repente, o ambiente de sua casa se modificou e uma luz intensa desceu do teto clareando o quarto. Chico surgiu dentro daquela luz, no meio do pequeno cômodo e postou-se à beira da cama do doente. D. Alzira estava muda, mas entendia tudo que ele lhe falava.
– Eu vim socorrê-la.
– Meu marido vai morrer?
– Não vai. Ele vai ficar bom.
– Que bom que o senhor veio, muito obrigada, Chico!
Passado alguns instantes, assim como a luz chegou foi saindo, subindo devagarinho até desaparecer pelo mesmo ponto de onde viera.
O quarto retornou à escuridão total.
Dona Alzira olhava ao redor e sem nada compreender ou enxergar, mas tinha certeza de que o Chico a visitara.
No dia seguinte, o marido amanheceu curado e, dias depois, conseguiu emprego.
Queria agradecer ao Chico a inesperada visita sem pensar nas dificuldades, trabalhou firmemente em suas costuras para obter dinheiro das passagens.
À duras penas, chegou em Uberaba, certa de que recebera sua visita.
Chico olhou-a na fila e fez um sinal, cumprimentando-a. Desconfiada, olhava para os lados e pensou, será que ele está me chamando? Não conseguia se aproximar dele. Então, ele a chamou pelo nome.
Quando viu estava perto do médium.
Emocionada, D. Alzira falou:
– Vim agradecer-lhe a visita que nos fez e a cura de meu marido.
Chico orientou-a sobre sua faculdade mediúnica curadora e pediu-lhe que construísse, os fundos de sua casa, um pequeno barraco para transmitir passes. Seu trabalho seria sustentado pelo guia espiritual, Eurípedes Barsanulfo.
Ela voltou à sua cidade, entusiasmada com a orientação, cuidou logo de atender à sugestão recebida.
Ficamos sabendo que o Chico foi à inauguração deste Centro em Iturama, com o comparecimento de muitas pessoas e eu Dona Alzira possui grande mediunidade curadora.
Esperamos que o seu trabalho continue espalhando o bem.
Livro: Chico Xavier Coração do Brasi
Maria Gertrudes Coelho