Vítimas da Covid-19: os convidados de Jesus
Ao mesmo tempo em que momentos cruciantes de dor e resgate são indicativos de processos citeriores de débitos a serem ressarcidos, um quadro de sofrimento e dificuldades também é referencial das necessidades coletivas de aprendizado.
A Doutrina Cristã Espírita, a mesma que possui alto potencial consolador, mensagem que se nos oferta uma explicação racional dos magnos problemas da existência ao oferecer a chave que abre portas do entendimento aos processos cármicos, também nos mostra que por vezes, essas citadas necessidades evolutivas coletivas ensejam os quadros de dor que se apresentam, não apenas e tão somente pelo viés da reencarnação, mas das demandas próprias de um orbe provacional.
Há praticamente um século, não víamos um quadro epidêmico como o ora vivenciado pelos irmãos domiciliados na carne. Sinais dos tempos? Sim, de certa forma. Transição planetária? Sim, de certa forma. Resgate de dívidas de vidas anteriores? Sim, em certo jaez.
Todos esses fatores, numa espécie de amálgama, são a junção de necessidades desse orbe, imenso, que de tempos em tempos, ditando os imperativos evolutivos, podem gerar o influxo necessário ao planeta, consubstanciado numa eclosão pandêmica, por exemplo (*).
Não sejamos ingênuos ao ponto de acreditar numa reforma ampla e generalizada da crosta terrestre por conta da pandemia, mas sim, que o processo das desencarnações coletivas enseja ao homem a reflexão, que será maturada em ocasiões oportunas, ao longo dos evos.
É grande, do ponto de vista em que nós, os espíritos, nos situamos, o trabalho das falanges de socorristas, em especial nas áreas onde a pandemia está desenfreada no Brasil. Amigos espirituais da Grande Fraternidade que circunda a crosta se movimentam no receptivo a essas coletividades que aqui aportam, muitas delas, bem o sabemos, sem qualquer noção da continuidade da vida após o decesso físico.
Nesse sentido, o trabalho de esclarecimento, orientação e amparo se reveste de ímpar desafio existencial a nós mesmos, que nada mais somos que homens, almas, desenfaixados da carne.
A vós, irmãos que passaram pela abrupta experiência da dor da perda, ou separação, termo mais adequado, diante do Covid-19, e sequer tiveram a oportunidade de vivenciar o rito do luto, tenham a certeza de que esses entes queridos gozam de afetuosa e distinta atenção da Espiritualidade Amiga, aos que aqui aportam. Mesmo Espíritos de ordem mais elevada controlam esse processo, valendo-se das mãos de espíritos mais anônimos, por assim dizer, quais nós outros, na tarefa do esclarecimento. E um suporte de energias salutares nunca antes dispensado está à disposição dos que aqui chegam. Estes irmãos desencarnados são na verdade os convidados por Jesus, são os mais queridos de seus irmãos.
Mesmo o processo silencioso de cura é aqui mais amplo do que supõem os cientistas humanos, e pode ser sentido nas mentes mais sensíveis. Noticiou-se com alegria a cura de um dos nossos das Casas André Luiz, mas esse foi tão somente o caso sintomático mais perceptível, pois muitos outros têm sido tratados e diretamente curados na esfera espiritual da ULP, onde, em ampliada dimensão, os profissionais de saúde do espaço estendem mais possibilidades e esforços, atendendo até mesmo a comunidade de Guarulhos e região.
Tudo isso para que entendamos que todo esse processo não acontece como castigo divino ou punição. É na verdade e como já indicamos, um momento a mais na História:
Ensejando a busca da vacina;
Oportunizando a pesquisa por novos medicamentos;
Facilitando as ações solidárias;
Despertando importantes reflexões;
Revelando governos moralmente despreparados;
Possibilitando ao homem ver o que pode e não pode ser feito em dias tão difíceis.
O entendimento mais amplo de todo esse momento existencial ainda tem nas obras de Allan Kardec a base segura para a avaliação do que acontece à Terra em termos planetários. E junto a Chico Xavier, o exemplo que ressuma da serenidade e serviço ininterruptos, mesmo diante da dor.
Vossos filhos e filhas, irmãos e irmãs, vovôs e vovós, conhecidos e amigos, eles estão bem. Estão em tratamento e acolhimento. A vós, não temais. Seguis as orientações da saúde. Tende bom ânimo, como o Cristo, para enfim, vencer o mundo.
Com carinho,
A.G.
(*) Questão 737 de O Livro dos Espíritos e seguintes.
Páginas recebidas na Comunhão Espírita Elo de Amor (CEELO), em Barra Velha/SC., em 18 de maio de 2020.